quinta-feira, 21 de abril de 2011

EMPRESÁRIO ISRAELENSE ASSASSINADO EM FORTALEZA


Sagiv Simona

Sagiv Simona, um empresário israelense que residia em Fortaleza há dois anos, foi vítima de um atentado na capital cearense no início da tarde desta quarta-feira, 20, e acabou falecendo.

Segundo o jornal O POVO, Sagiv Simona foi atingido por cinco disparos efetuados por dois homens que agiram em um veículo modelo Gol.

Após ser baleado, o israelense perdeu o controle da direção e acabou colidindo contra um poste, na avenida Rogaciano Leite. A vítima foi socorrida em estado grave e encaminhada ao Instituto Doutor José Frota (IJF) por volta das 14h30. Já às 16h, o hospital confirmou que o estrangeiro teve morte encefálica. Sagiv Simona era casado com a cearense Patrícia Simona, com quem tinha três filhos.

Há dois anos anos, Sagiv Simona foi entrevistado por outro jornal da capital cearense, o Diário do Nordeste. Na oportunidade o empresário teceu comentários sobre a questão israelo-palestina.

Para melhor compreensão do conflito, Nagiv traçou um paralelo entre os palestinos do Hamas e os traficantes de drogas do Rio de Janeiro. Para o israelense, não havia comparação melhor. O agravante do Hamas, segundo Nagiv, é que diferentemente dos traficantes cariocas, o Hamas além de controlar a região, conta com o apoio dos próprios palestinos. “Os habitantes da favela não elegeram os traficantes, os moradores daquela região, sim” – comentou o israelense.

Aproveitando a oportunidade, o empresário disse ao Diário do Nordeste que era preciso esclarecer o que se passava do lado de Israel, pois as pessoas o abordam de maneira preconceituosa, pelo fato de ele ser judeu. “Viver com bombas o tempo todo não é fácil. Israel não está em guerra contra os palestinos, mas contra as bombas que são atiradas todos os dias pelos terroristas do Hamas”, explicou.

Segundo Sagiv, em Ramle – cidade onde nasceu e passou parte da juventude – o convívio com os vizinhos árabes foi tranqüilo até 1987, quando o Hamas estourou o conflito. “De repente, as pessoas me olhavam com sangue nos olhos”, lembrou.

Para ele, os árabes de Gaza são terroristas que não admitem a presença de judeus na região. “Está escrito na bandeira deles: mata judeu e destrói o estado israelense”, disse o empresário.

Quando concedeu entrevista ao jornal cearense, estava em curso no Oriente Médio as escaramuças entre Israel e os palestinos da Faixa de Gaza. Sagiv – que como todo judeu havia servido nas Forças de Defesa de Israel (FDI) – explicou que o motivo da guerra era os ataques do Hamas à Israel, mesmo após a retirada das tropas na região. “Não adiantou Israel retirar as tropas e desocupar várias cidades na Faixa de Gaza, as bombas continuaram aterrorizando as pessoas”.

DUAS IRONIAS

Dois fatos chamaram-me a atenção quando tomei conhecimento deste trágico acontecimento. Primeiro, o fato de que ninguém está preparado para a violência que tomou conta das ruas das grandes cidades brasileiras. Sagiv Simona tinha um dos mais altos níveis de preparação em defesa pessoal e sucumbiu. Ninguém passa pelas FDI sem sair de lá com uma consistente capacidade de defender o Estado de Israel como um todo e a si próprio em particular. Mesmo assim, este preparo todo não foi suficiente para livrá-lo do atentado.

A segunda coisa que me chamou a atenção, foi que eu morava em Fortaleza e mudei-me para Israel com o objetivo de fixar residência justamente em Ramle (Acabei ficando em Hod HaSharon). Na época fui chamado de Louco, afinal de contas como podia alguém, em sã consciência, levar esposa e dois filhos para uma cidade no interior de Israel!?

Ironicamente, Sagiv Simona nasceu e passou a infância na supostamente perigosa Ramle. Acabou morto nas ruas da supostamente pacata Fortaleza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário