sábado, 19 de maio de 2012

Sephardic Surnames


http://www.kad-esh.org/sefarroots/c.htm


Find Below a list of Sephardic Surnames which can sometimes trace back to Jewish Roots.  If you name is found in the list we encourage you to research you family history.
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V X Z
THE NAMES ARE WRITTEN IN TEN DIFFERENT LISTS WHICH ARE COMPILED BY
DELL F.SANCHEZ, Ph.D.

#1: Sephardic Surnames that were extracted from the Spanish Inquisition's files
#2: Sephardic Surnames found under the burned and the dead in Spain
#3: Names that were Jewish before they were converted
#4: Example of the renaming of sephardic Jews after their conversion
#5: More Sephardic Surnames, with personal background abstract existing
#6: Sephardic Names with Hebraic meaning
#7: Passengers on La Santa Catalina travelled with Don Luis De Carvajal y de la Cueva
#8: Victims of the Mexican Inquisition
#9: Soldiers who served under Juan (Perez Narizhonda) de Onate
#10: A Semi-exhaustive list of Sephardic names




A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V X Z
#1
Caballeria; Cabra; Cabrero; Caporta; Carbi; Carnoy; Casanat; Casanate; Caseda; Castro; Celdran; Cenedo; Cerdan; Claveros; climente; Contamina; Corilla; Cornel; Coscon; Cosida; Cuyllas.
#2
Cabeca de Baca-(Cabeza de Vaca); Calami; Calatayud; Calbo-(Kalvo, Kalba); Carnicer; Carrion; Cassa Franca; Cerbellon; Chelva; Christian; Cleriguet; Cortes; Coscullan; Cuenca.
#3
Cabra; Cavalleria; Chamorro; Clemente; Cruillas.
#4
no names
#5
Caro; Carvajal; Cordovero.
#6
Caceres; Calderon; Calona; Cano; Carbajal; Carvajal; Carcamo; Cardona; Carias; Carrasco; Castro; Celan; Celano; Cerna; Cerrato; Cevallos; Coello; Contreras; Chacon; Chamorro; Chavarria; Chavez; Chicas; Chirino; Cheverria.
#7
De Carrion; De Carvajal; De Cerdeno; Copete.
#8
Caceres; Campos; Carbaja; Cardenas; Cardoso; Carmona; Carrasco; Castellanos; Castro; Cisneros; Cordova; Correa; Cruz.
#9
Cabrera; Cadino; Camacho; Campos; Cardenas; Carrasco; Carrera; Casas; Caso; Castellanos; Castilla; Catalan; Cazo; Cerdan; Cesar; Chacon; Conde; Conde de Herrera; Correra; Cortes; Cruz.
#10
Caah; Caba; Caballeria; Caballeria de la; Caballero; Caban; Cabaque; Cabeca de Baca; Cabecon; Cabessa; Cabeza de Baca; Cabicho; Cabra; Cabrera; Cabrero; Cabret; Caceras; Caceres; Caceres de; Cacim; Cacon; Cachich; Caday; Cadiq; Cadique; Cadiz; Cadot; Cag; Cagi; Cahadias; Cahalon; Cahally; Cahanet; Cahanet Espinoza; Cahaneth; Cahon; Caifa; Caim; Caja; Calache; Calahin; Calahora; Calahorra; Calahorrano; Calama; Calami; Calasso Capadoce; Calatayud; Calay; Calbo; Calderon; Caldes; Caliman; Calo; Calona; Calvo; Calvo d'Andrade; Callo; Calvo; Camacho; Camanano; Camargo; Camarron; Camhi; Caminha; Camondo; Campo; Campo de; Campos; Campos Pereira; Campos Segovia; Canamon; Canchess; Candaros; Candelero; Candero; Candia; Candonga; Canho; Caniso; Cannet; Cano; Canosa; Cansino; Cansinos; Canton; Canton Israel; Cantos; Capachen; Capadoce; Capadoce Israel; Capadoce Morao; Capadoce Pereira; Capadose; Capadoza; Capardiel; Caparela; Capateiro; Capaton; Capito; Capodose; Capon; Caporta; Capua; Capua Barzilay; Capuano; Carabajal; Carabella; Caracachon; Caraco; Caracorsa; Caracosa; Caragoci; Caranca; Caranza; Caraso; Caravajal; Caravallo; Caravelle; Carbajal; Carballo; Carbi; Carcamo; Carcas; Carcass; Carceres; Carcerts; Cardenas; Cardenel; Cardinal; Cardona; Cardosa; Cardoso; Cardosso; Cardoza; Cardozo; Cardozo Frias; Cardozo Nunes; Cardozp; Carfati; Carfaty; Carfun; Cari; Cariao; Cariao De Paiva; Cariaon; Carias; Carihlo; Carilho; Carilho de Mattos; Carillo; Carillon; Carion; Cariron; Carlos; Carmi; Carmona; Carmy; Carnca; Carnicer; Carnoy; Caro; Carranque; Carrasco; Carrazco; Carretero; Carriao; Carriao de Paiba; Carriao de Paiva; Carriao Rodriguesl Carrilho; Carrillo; Carrion; Carrion Chaves; Carrion De Paiba; Carrion de Paiva; Carseni; Carsi; Carsono; Cartacan; Carvajal; Carvalho; Carvallo; Carviao; Casado; Casal; Casanat; Casanate; Casares; Casarrubios; Caseda; Caseres; Casi; Caspe; Casque; Cassa Franca; Casseras; Casseres; Casseres De; Cassuto; Castanho; Castano; Castano de Sosa; Castel; Castel Branco; Castelhano; Castellano; Castellanos; Castello; Castiel; Castillano; Castre; Castro; Castro de Castro Mattos; Castro Orobiol Castro Pereira; Catalan; Catan; Cateno; Cattaoui; Cattela; Cava; Cavagos; Cavalleria; Cavello; Caviao; Cavilly; Cazares; Caze; Cazeres; Caze; Cazeres; Cazes; Cedre; Cedrey; Celan; Celano; Celdran; Cemah; Cenedo; Centeno; Cerbellon; Cercado; Cerda; Cerdan; Cerero; Cerna; Cerrato; Cerrulla; Cespedes; Cevallos; Chacao; Chacon; Chachuelo; Chahon; Chamorro; Chanuzi; Chapatel; Charbit; Charino; Chavarria; Chaves; Chavez; Chelouche; Chelva; Chetrit; Cheverria; Chicas; Chichones; Chillon; Chinet; Chinillo; Chiprut; Chirino; Chkeiran; Chlouch; Choukroun; Chriqui; Christian; Chufarro; Chumaceeiro; Chumaceiro; Chumasero; Chuncler Cid; Cidbueno; Cidelo; Cidiaro; Cidique; Cidre; Cigurel; Cintron; Cisneros; Ciudad; Clava; Claveros; Clemente; Clements; Cleriguet; Climente; Coelho; Coello; Coen; Cohen; Cohen Arias; Cohen Belinfante; Cohen D'Azevedo; Cohen De Lara; Cohen Faya; Cohen Henriques; Cohen Herrera; Cohen Lobato; Cohen Piexotto; Cohen-Scali; Cohenno; Coitinho; Colaco Belmonte; Colaco Ozorio; Colasso Abendana; Coloma; Concha; Confino; Conmio; Conqui; Conquy; Contamina; Contreras; Contreres; Corcos; Corcho; Cordero; Cordero de Silva; Cordichem; Cordoba; Cordon; Cordoso; Cordova; Cordovero; Corea; Cori; Coriat; Corilla; Cormano; Cornel; Coronado; Coronel; Coronel Pereira; Corre; Correa; Correia; Corronel; Corsono; Cortes; Cortisso; Cortissos; Cortissoz; Corvat; Corvera; Coscon; Coscullan; Coseres; Cosida; Costa; Costa Alvarenga; Costa Andrade; Costa Athias; Costa Barela; Costa Capadose; Costa da; Costa de; Costa Hatias; Costa Mesquita; Costa Pacheco; Costa Portuges; Costa Villa Reall; Costa Villareal; Cota; Cour; Couriel; Coutina; Coutinho; Coutino; Covo; Coyto de; Crasto; Crastoz; C\rece; Crescas; Crescos; Crespin Yesurun; Crespo; Crespon; Cresques; Cruero; Cruillas; Cruz; Cruz de la; Cuaresma; Cubas; Cubi; Cuello; Cuenca; Cueva; Culeman; Cunha; Cunha da; Curiel; Curiel Abaz; Curiel Bueno; Curiel de Prado; Curiel Franco; Curruchel; Curry; Curuyra; cutino; Cutti; Cuyllas.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

MINHO - PORTUGAL E A HISTORIA DO BRASIL

http://bloguedominho.blogs.sapo.pt/tag/brasil


BANCO DO MINHO FOI FUNDADO HÁ QUASE 150 ANOS!

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SEGUNDA-FEIRA, 7 DE MAIO DE 2012
GALIZA: OURENSE PROMOVE MÚSICAS DA LUSOFONIA



QUINTA-FEIRA, 19 DE ABRIL DE 2012
O ESCRITOR LIMIANO JOSÉ DE SÁ COUTINHO, 2º CONDE D'AURORA, NASCEU HÁ 106 ANOS!
O escritor José de Sá Coutinho, 2º Conde d’Aurora, José de Sá Coutinho, nasceu em Ponte de Lima em 19 de Abril de 1896. Em 1919, por ocasião da Monarquia do Norte, partiu para o exílio tendo vivido em Espanha, no Brasil e Argentina. Em 1921, fundou o periódico “Pregão Real”. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e foi juiz do Tribunal do Trabalho.
A sua obra reparte-se por vários géneros literários, caracterizando-se pela defesa dos valores culturais tradicionais dentro dos moldes estéticos do realismo, na senda de Eça de Queirós. Marcadamente nacionalista e claramente crítico em relação à Primeira República, o Conde d’Aurora dedicou ao Minho – aqui entendido como a região de Entre-o-Douro-e-Minho – grande parte da sua obra literária.
A seu respeito e do meio onde nasceu e viveu, o poeta António Manuel Couto Viana referiu o seguinte: “…é também esse ambiente que permitiu o nascimento de José de Sá Coutinho e lhe deu o dom da escrita, para que fosse fiel intérprete literário da belezas e riquezas etnográficas que o cercavam, num abraço de luz, de cor, de emoção estética, de harmonia d’alma, de tradição fértil, sentidas pela sua sensibilidade de eleição e pelo pode da sua inteligência criadora”.
Como evocação da sua memória, transcrevemos um extracto da sua obra literária na qual dá-nos um retrato de como então vivia o minhoto.
“Ora para bem admirarmos esta linda e pitoresca província temos de saber o que ela é, com ali se vive, se trabalha, se cultiva – porque todos no Minho vivem da terra. Vejamos rapidamente. Trabalho da terra é uma maneira de falar, porque todos os trabalhos no Minho são divertimentos e tudo se passa em descantes, velhas usanças, cantigas e namoricos. No Minho é tudo pequenino, tudo é de brincar, tudo é teatral como um presépio, tudo é graça, tudo é beleza.
O pequeno casal minhoto basta-se a si próprio; as despesas são quase nulas; é frugal e colhe poucochinho de tudo. O gado toma-o a ganho. Para qualquer contita da tenda (venda se diz), lá manda a mulher à feira com o que calha. E o resto vá de folgar. De jornas, jornais, quem fala. Aqui é tudo de favor, só pela comida, e assim se ajudam uns aos outros na mais exemplar das comunidades nesta província onde todos são proprietários.
E por todo o ano adiante é uma série contínua de festas dionisíacas onde a alegria cristã canta Deus na natureza – porque o velho Pã nunca viveu no Minho. Começa o ano com as vessadas, o lavrar da terra. Terra negra, funda, leve, cheia de húmus, terra de aluvião sem calcário algum, tão fácil de virar.
Para preparar o maior dos seus campos (4 a 5000 m o muito, e excepcionalmente), chama o lavrador 20 pessoas; dá-se de comer e de beber à farta a todos; metem-se 2 ou 3 juntas á charrua (e quando era o velho arado de pau, imutável desde os romanos, chegava a 4 juntas, assim chamas: trilho,picadoiro e guia). O grito do boeiro corta o ar e ouve-se no azul, a grandes distâncias, vale em flora. E nunca sai um rego direito na terra – há que traçar de quando em vez uns filhos ou netos (regos suplementares).
Beleza do Minho! Porque na natureza não há linhas rectas, e o minhoto é como ela: incapaz de desenhar uma linha recta, oh! Pintores modernos!
Canecas de vinho verde e cantigas alegres escorrem sem parança – e tudo são risadas. E todos os trabalhos são uma festa, um encadeado delas. É a sacha, é a monda – vinte, trinta cachopas de cores vivas e chapeirões de palha, cantando a cinco vozes, de sol a sol.
São os mil trabalhos do linho – como a rebolada, acasalados os pares antes do arranque. É a espadelada. É a desfolhada com as estúrdias e os mascarados e a espiga de milho-rei, sorte grande ao namorado – e a roçada no monte, nos altos píncaros baldios donde o carro, velho carro sabino, desce pela penedia gemendo.
O chiar do carro é o orgulho e a alegria do minhoto que propositadamente lhe põe as chiadeiras.
Tudo de brincar, tudo tão pequenino, porque não se juntam as parcelas? – perguntará o forasteiro. Discretamente, porque isto é um divertissement e não uma tese agrária, anotarei á margem que o Minho se formou através nove séculos com a enfiteuse, o vínculo e os mosteiros, velhas escolas de cultura – e citarei para minha tranquilidade o notável sociólogo francês Leão Poinsard e o Sr. Ezequiel de Campos.
Pequenino casal minhoto, eido ou quinteiro, espalhando alegria e cor na brancura das suas janelas maquilhadas de cal e no vermelhão dos seus espigueiros (diz-se canastros) de cruz alçada.
Altas medas de palha milha indicam a riqueza de cada um – e a roliça meda de palha centeia é encimada por uma bonecada, a rematar o trabalho que é uma alegria, uma brincadeira.
Tudo é alegria e folgar, mas como também há mais de cem dias santos no ano, não há maneira de se cultivar a sério o Minho nestes terríveis tempos modernos. Dias santos, domingos, festas – é todo o ano minhoto, é a folhinha minhota.
Não quero porém deixar sem reparo o dia de S. Pedro de Rates (26 de Abril) que a Igreja não manda guardar e cuja hagiologia mal se conhece; nunca foi de guarda, mas quê! o minhoto nesse dia não trabalha nem por nada, que o santo évingativo! E citam-se exemplos: “àquela nasceram-lhe os bacorinhos a dançar porque andou nesse dia num bailarico” – outro teve uma ninhada de pintos aesticar arame, e tantos terríveis e funestos exemplos mais… Mas facto é que ao domingo ou dia santificado nunca se trabalha – e cangar o gado seria crime que dava nas vistas e ninguém teria arrojo de perpetrar – cangar o gado!... Por isso anda nesse dia o labroste muito maçado, pelos portelos e pelas portas das vendas, ansiando pelos folguedos da semana – a chamada semana de trabalho nas terras industriais.”
Conde d’Aurora, in Pela Grei



SEGUNDA-FEIRA, 26 DE MARÇO DE 2012
VIANENSES E LIMIANOS: PIONEIROS DA COLONIZAÇÃO DO BRASIL
Como é sabido, apesar da descoberta do Brasil se ter verificado no ano de 1500 e a primeira expedição exploradora ter ocorrido no ano seguinte, apenas a partir de 1534 foram criadas as capitanias hereditárias, altura em que o rei D. João III estabeleceu a capitania da Baía, concedendo-a a D. Francisco Pereira Coutinho. Até então, quase todas as atenções se encontravam viradas para as explorações a oriente. Contudo, por volta de 1510, o naufrágio de uma das naus portuguesas que seguia para a Índia segundo uns, de uma nau francesa que rumava ao novo mundo com o objectivo de explorar o negócio da madeira e sobretudo do pau brasil segundo outros, ocorrido junto à costa da Baía de Todos-os-Santos, levara a que um punhado de marinheiros na ânsia de sobreviver, lograsse atingir a nado terra firme. Entre eles encontrava-se o vianense Diogo Álvares Correia que, após ter sobrevivido ao naufrágio, acabara por ter sido o único que escapou ao massacre praticado pelos índios tupinambás os quais, preservando ainda hábitos canibais, mataram e devoraram os seus companheiros. Valeu-lhe o facto de ter disparado um mosquete e ter abatido uma ave, o que seguramente causou enorme impressão nos indígenas.
Caramuru
Retrato de Diogo Álvares Correia, o “Caramuru”
De acordo com a narrativa fantasiosa tornada lenda, passaram os índios a tratá-lo por Caramuru, designação que significaria “homem de fogo” ou “filho do trovão”, sendo certo que se trata da denominação de um peixe existente naquela zona, de uma espécie próxima da moreia com mais de um metro de comprimento, tudo levando a crer ser esta a verdadeira razão do nome que lhe impuseram em associação ao seu aspecto físico ou então devido ao facto de ter surgido do mar, entre as pedras, como sucede com as moreias. Em todo o caso, Diogo Álvares passou a viver entre os indígenas, conseguindo entre estes enorme prestígio e acabando por prestar valioso auxílio não apenas às expedições portuguesas que ali aportavam como ainda aos donatários entretanto estabelecidos e aos missionários jesuítas que ali iniciaram a sua actividade de evangelização.
            Narra-nos Frei José de Santa Rita Durão, professor de Teologia na Universidade de Coimbra, no seu poema “Caramuru”, publicado em 1781, o seguinte:
Diogo então, que à gente miseranda,
por ser de nobre sangue precedia,
vendo que nada entende a turba infanda,
nem do férreo mosquete usar sabia;
da rota nau, que se descobre à banda,
pólvora, e bala em cópia recolhia;
e como enfermo, que no passo tarda,
serviu-se por bastão de uma espingarda.
Diogo Álvares veio a casar com Paraguassu – ou Paraguaçu, - filha do chefe indígena Taparica que habitava a região do Recôncavo e era um dos maiorais dos índios tupinambás, tendo passado a viver numa aldeia junto à entrada da Barra da Ponta do Padrão, local de onde se podia avistar as frotas e acudir, eventualmente, em caso de naufrágio. A sua vida ficou envolta em lendas, algumas das quais imortalizadas num poema épico escrito por frei José de Santa Rita Durão em meados do século dezassete. Salienta-se, entre elas, a que se refere à realização do seu casamento em França para onde supostamente navegaram em 1526, tendo sido apadrinhados segundo uns por Henrique II e de Catarina de Médicis ou, ainda de acordo com outra versão, por Katherine des Granches, esposa do navegador Jacques Cartier, e por Guyon Jamyn, cunhado de Tomasia Cartier, tia de Jacques Cartier, tendo Paraguassu a partir de então passado a usar o nome de “Catarina do Brasil”. Contudo, apesar de vários historiados terem durante muito tempo considerado esta uma história sem fundamento válido, a mesma parece encontrar-se actualmente suficientemente documentada, nomeadamente através de um termo do baptismo então realizado em Saint Malô e cuja cópia se encontra na Arquidiocese de São Salvador, a qual reza o seguinte: “Le pénultime jour du moys surdit fut baptizée la Katherine du Brézil, et fut compère… premier noble homme Guyon Jamyn, sieur de Saint Jagu, et commères Katherine dês Granges et Françoise Le Gonien, fille de l’aloué de Saint malo et fut baptizée para maitre Lancelot Ruffier, vicaire du dit jour que dessus. (a) P, Trublet”. O mesmo não sucede com a pretensão de alguns em atribuir origens galegas a Diogo Álvares, dando-o por natural da Corunha com o nome de Diego Álvarez Correa, tese que se revelou sem fundamento para a generalidade dos historiadores. Naturalmente, tais reivindicações mais não reflectem do que a disputa desde sempre existente acerca das origens do povoamento do Brasil com vista a uma eventual reclamação de direitos.
Do seu casamento com Catarina Paraguassu – nome que significa “grande rio caudaloso” – teve Diogo Álvares quatro filhas das quais procedeu numerosa e influente descendência, considerada das mais nobres da Baía. Entre elas, destaco Genebra Álvares que veio a casar com Vicente Dias, natural de Beja e moço fidalgo da Casa Real. Estes tiveram como filhos Diogo Dias que viria a casar-se com Isabel de Ávila, filha do senhor do Castelo da Casa da Torre e ainda, Maria Dias que casou com Francisco de Araújo, natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo e Maria de Araújo, da “nobilíssima família dos Araújo da Província de Entre Douro e Minho”. Foi sesmeiro em Sergipe e faleceu em Salvador da Baía em 27 de Agosto de 1602. Deste casamento houve três filhos sem geração e uma filha chamada Catarina Álvares que viria a casar com o seu tio paterno Baltazar Barbosa de Araújo, também ele natural de Ponte de Lima e filho de Gaspar Barbosa de Araújo. Das duas filhas nascidas deste casamento, Francisca de Araújo e Joana Barbosa, esta veio a casar com António de Souza Drumond cuja genealogia nos levaria a uma autêntica incursão pela história da Europa e o povoamento da Ilha da Madeira. Para além das filhas que teve de Paraguassu, Diogo Álvares teve porém, muitos outros filhos e filhas das relações que manteve com numerosas índias, como aliás veremos adiante.
Diogo Álvares prestou enormes serviços a Portugal e serviu de intermediário nos negócios entre navegadores europeus e nativos, ajudando no abastecimento e recuperação das embarcações da rota das especiarias que passavam pelo litoral do Brasil rumo ao Oriente ou as que seguiam para o Rio da Prata, socorrendo não raras as vez as tripulações em perigo de naufrágio. Recebeu Martim Afonso de Sousa que foi Governador da Índia e Tomé de Sousa que viria a ser o primeiro governador-geral do Brasil, a quem aliás de imediato à chegada lhe ofereceu os seus serviços, experimentado que estava dos insucessos do anterior donatário da Baía, Francisco Pereira Coutinho, cuja permanência resultou em tragédia. Aliás, a sua colaboração foi também fundamental para os Jesuítas que ali se estabeleceram em 1550, altura em que iniciaram a catequização dos índios. Em reconhecimento dos seus serviços, o próprio governador-geral, Tomé de Sousa, armou cavaleiros três dos seus filhos – Gaspar, Gabriel e Jorge Álvares – e um dos seus genros, João de Figueiredo, tendo o rei D. João III confirmado no ano seguinte através de carta régia a concessão atribuída.
            A título de curiosidade, a jurisdição de São Salvador da Baía viria dois séculos mais tarde, por decisão do marquês de Pombal, a ser entregue ao 6º conde dos Arcos, D. Marcos José de Noronha e Brito, o qual acumulou com o cargo de Vice-Rei do Brasil. O mesmo sucedeu com o 8º conde dos Arcos, D. Marcos de Noronha e Brito, nomeado Vice-Rei em 1806 e mantido o cargo até à chegada do Príncipe Regente D. João VI, na sequência das invasões francesas. Por conseguinte, duas personalidades alto-minhotas que vêm estreitar ainda mais os laços da nossa região com o Brasil em geral e o Estado da Baía em particular.
Diogo Álvares Correia veio a falecer em 5 de Outubro de 1557, com setenta anos de idade, tendo sido sepultado na igreja de Jesus, pertencente aos Jesuítas. Por seu turno, Catarina Paraguassu contava oitenta e oito anos quando em 26 de Janeiro de 1583 morreu em Salvador da Baía, tendo ficado sepultada na Igreja de Nossa Senhora da Graça, local onde constam os seguintes dizeres: “Sepultura de Catarina Alz senhora desta Capitania da Bahia a, qual, ela e seu marido Diogo Alz corrêa, natural de Viana derão, aos, senhores Reys de Portugal e fés e deu esta Igreja ao, Patriarca S., Bento, Era de 1582”. Esta lápide vem, aliás, confirmar a adopção do apelido Álvares por parte de Catarina Paraguassu, o que de algum modo contraria a tese por alguns defendida de que teria passado a chamar-se “Catarina do Brasil” pelo baptismo supostamente realizado em França. Tal como, aliás, sucede com o nome próprio Catarina, o qual pode de igual forma ser associado ao da esposa do rei D. João III.
Após o falecimento de Diogo Álvares, o Caramuru, Catarina Álvares – a índiaParaguassu – alargou ainda mais os seus domínios, tendo do próprio governador Mem de Sá recebido propriedades tão vastas que compreendiam os actuais bairros da Graça e da Vitória, em Salvador da Baía. Considerada a “primeira matriarca da Bahia”, a memória de Catarina Paraguassu passou a ser venerada pelos brasileiros como “símbolo da miscigenação na América Portuguesa”. Como se afirma no jornal “Correio da Bahia” de 6 de Fevereiro de 2005, “considerada um dos principais símbolos femininos da história do país, por ter exercido um papel fundamental na integração das raças que formaram o povo brasileiro, a tupinambá Catarina Paraguaçu é sempre lembrada como a mãe das mães brasileiras, o esteio e a origem da família no país”.
Tal como Catarina Paraguassu se tornou no símbolo da integração nacional da nação brasileira, também o vianense Diogo Álvares é considerado o pioneiro da colonização do Brasil, tendo construído a primeira colónia de povoadores que veio a incluir os limianos Francisco de Araújo e Baltazar Barbosa de Araújo.
Representação escultórica de Caramuru no monumento a Floriano Peixoto, no Rio de Janeiro
CARAMURU NA LITERATURA E NAS ARTES
A vida aventurosa de Diogo Álvares e a sua relação amorosa com a índia Paraguassu tem servido de argumento para a construção de vários romances de ficção e representações teatrais, entre outras manifestações culturais. Foi tema de uma série televisiva e serviu de argumento ao filme “Caramuru – a Invenção do Brasil”, ambos da autoria de Guel Arraes. Também o escritor Tasso Franco escreveu o livro “Catarina Paraguaçu – A Mãe do Brasil”, o qual descreve de forma romanceada o encontro da índia com Diogo Álvares e o início da construção de São Salvador. Não obstante, é o poema Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão aquele que, pela sua antiguidade e exaltação que faz, é considerado como referência nos relatos que são feitos dos acontecimentos e lendas que as envolvem.
Com o título “Caramuru – Poema Épico do Descobrimento da Baía”, o poema de Frei José de Santa Rita Durão afigura-se como uma nova versão de “Os Lusíadas” através do qual, em dez cantos, o poeta evoca o descobrimento do Brasil e os feitos dos seus povoadores. Aliás, conforme o próprio autor afirma nas “Reflexões Prévias”, “os sucessos do Brasil não mereciam menos um poema que os da Índia”.
Este poema constitui, como afirma Óscar Lopes, uma das “primeiras manifestações apreciáveis de influência temática brasileira no domínio da poesia heróica” o qual, ainda segundo o mesmo autor, “de recorte versificatório camoniano, tem como assunto a acção civilizadora do nobre náufrago Diogo Álvares Correia, que no século XVI se viu obrigado a viver e a casar aventurosamente, numa tribo ameríndia”.
Considerado um dos poetas da Nova Arcádia, António José Saraiva retrata o poema “Caramuru” e o seu autor, no contexto da literatura brasileira ou, para sermos mais precisos, da literatura portuguesa do Brasil: “Os poetas mineiros assim chamados mostram-se animados do espírito arcádico, quer militem, quer não, em acordo com a Arcádia Lusitana. (…) Caracterizam-se , em geral, pela adesão ao espírito das luzes, o que teve dois efeitos contraditórios: um, o servirem a política do marquês de Pombal; outro, o de combaterem a política centralista e colonialista da corte portuguesa. Tanto o Uruguai, de José Basílio da Gama (1769), como o Caramuru, de Santa-Rita Durão (1781), poemas heróicos na linha d’Os Lusíadas, revelam, ao mesmo tempo que uma repulsa da política indiana dos jesuítas, reprimida pelo marquês, uma vontade de enraizamento e de criação de uma pátria americana”.
Ao naufragar nos recifes da costa da Baía, jamais o vianense Diogo Álvares poderia imaginar que, volvidos quase três séculos, haveria de tornar-se o herói principal do poema épico que retrata o nascimento do Brasil, tendo por título a alcunha que lhe fora atribuída pelos índios tupinambás e pela qual haveria de ser sempre reconhecido. E, desde logo celebrado na primeira estrofe do Canto I:
De um varão em mil casos agitado,
que as praias discorrendo do Ocidente,
descobriu o Recôncavo afamado
da capital brasílica potente:
do Filho do Trovão denominado,
que o peito domar soube à fera gente;
o valor cantarei na adversa sorte,
pois só conheço herói quem nela é forte.
Carlos Gomes in O Anunciador das Feiras Novas, nº XXVI,Ponte de Lima, 2009



TERÇA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2012
A CONCERTINA É INSEPARÁVEL DO MINHOTO
Para onde quer que vá, o minhoto leva consigo a concertina. Mesmo quando emigra para terras distantes, é a concertina que o ajuda a manter viva a sua alma alegre e jovial.
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Nos tempos mais difíceis e em momentos penosos como os que ocorreram desde a segunda metade do século dezanove e que os levava a embarcarem clandestinamente nos porões dos navios rumo ao Brasil, por vezes na miragem do enriquecimento rápido, era ainda a concertina que afagava as tristezas de uma existência difícil e lhes redobrava as energias com seus acordes vivos que logo os predispunham para dançar o vira e a chula, a gota e o picadinho. E essa alegria contagiante do minhoto depressa envolvia outros portugueses que partilhavam a mesma sorte de emigrante e assim, à volta de uma concertina, todos se sentiam como fazendo parte da mesma família que é, afinal de contas, o verdadeiro significado do conceito de nação.
A concertina é um instrumento popular que teve a sua origem na Europa por volta de 1830 e faz parte dos membrafones ou seja, dos instrumentos musicais que produzem o seu som graças à actuação de uma membrana. Estou convencido de que não existe método nem escola para se proceder à sua aprendizagem, facto que tem sido responsável pela sua gradual substituição pelo acordeão nos últimos tempos, sobretudo entre os grupos folclóricos portugueses. Não obstante e apesar da sua leve aparência, o acordeão produz uma sonoridade completamente distinta da concertina, pois tratam-se na realidade de dois instrumentos distintos. No entanto, existem acordeões que possuem como alternância o som da concertina, bastando para o efeito accionar um botão específico. Com efeito, em virtude da evidente falta de tocadores de concertina, muitos grupos folclóricos optam pela substituição deste instrumento pelo acordeão, o que se na realidade não satisfaz constitui por vezes a única forma de viabilizar a existência desses agrupamentos.
A ameaça de desaparecimento da concertina coloca um problema sério principalmente ao folclore, sobretudo da região de Entre-o-Douro-e-Minho. É que, sem o toque da concertina desaparece toda a sonoridade que caracteriza a música desta região e tudo se altera, como se o minhoto perdesse a sua pronúncia característica ou a música tradicional passasse a ser interpretada por meio de modernos instrumentos electrónicos. É que, por melhor executada que fosse, o vira jamais seria o mesmo!
A preservação do uso e conhecimento da concertina coloca um problema sério aos grupos folclóricos e, em geral a todos aqueles que desejam manter vivas as nossas tradições populares. Importa saber como poderá manter-se a continuidade da sua utilização sabendo-se que o seu ensino não é ministrado. Naturalmente, a sua aprendizagem pela sensibilidade auditiva passa pela prática do uso nos grupos folclóricos, embora sabendo-se que a formação de um excelente tocador é demorada e coloca algumas dificuldades na própria actuação dos grupos. Mas, entre uma solução atamancada que vai adulterar a sonoridade original da música e a possibilidade de dar continuidade ao emprego da concertina, importa escolher a melhor opção. E essa terá de ser necessariamente a que melhor aproveita ao folclore português.



SEXTA-FEIRA, 9 DE MARÇO DE 2012
CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO RELANÇA GRAVAÇÕES DISCOGRÁFICAS
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QUINTA-FEIRA, 8 DE MARÇO DE 2012
CASA DO MINHO NO RIO DE JANEIRO: BALUARTE DO REGIONALISMO MINHOTO NO BRASIL
A industrialização verificada a partir da secunda metade do século XIX, a destruição causada pela filoxera, o conflito mundial e a persistente instabilidade social e económica durante a I República levaram a um autêntico êxodo das populações das zonas rurais para os grandes aglomerados urbanos e também para o Brasil. 
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Milhares de portugueses, sobretudo da região de Entre-o-Douro-e-Minho, embarcaram clandestinamente nos porões dos navios com destino ao porto de Santos. Daí seguiram para São Paulo, Rio de Janeiro e outras paragens onde se empregaram sobretudo na indústria e comércio de panificação e na construção civil. Em Ribeirão Preto, foram eles que, na maior parte das vezes, edificaram os alojamentos e armazéns das roças de café que receberam os imigrantes italianos, mormente os sicilianos, fugidos à extrema miséria em que o seu país então se encontrava.
Apesar da língua comum, a integração nem sempre foi fácil e muitos casos houve que muitos emigrantes, incapazes de ultrapassar as dificuldades e caindo em situação de desgraça, socorreram-se dos seus compatriotas para poderem regressar ao seu país.
Foi neste contexto social que, em 8 de Março de 1924, foi constituída no Rio de Janeiro a Casa do Minho. À semelhança do que sucedia em Portugal, o regionalismo traduzido na formação de “casas regionais” dava os primeiros passos em resultado da formação de colónias de indivíduos oriundos da mesma região, partilhando uma maneira própria de estar e sentindo a necessidade de reconstituírem os laços de amizade e convívio, interrompidos pela separação em relação às suas origens.
Porém, a distância em relação ao Minho é para o minhoto que vive no Brasil sentida de forma mais dolorosa e, como tal, necessita de reviver mais intensamente a sua infância, tal é a saudade que sente pela sua terra. De resto, trata-se de um sentimento que é comum a todo o emigrante que, para seu maior sofrimento, quando tem a oportunidade de regressar ainda que temporariamente à sua pequena aldeia, já não a encontra tal como a deixou, experimentando uma paragem no tempo.
O seu mundo, aquele que ficou neste lado do oceano Atlântico, é agora revivido num contexto completamente distinto mas que, pelas suas próprias mãos e capacidade de imaginação, é reconstituído no seio das suas associações, mormente a Casa do Minho no Rio de Janeiro. À sua maneira, os nossos conterrâneos radicados no Brasil e um pouco por todo o mundo, constituem os seus ranchos folclóricos, reeditam as festas, preservam as tradições e sobretudo conservam os laços que os unem entre si e fazem dos minhotos uma efetiva comunidade, preservando a solidariedade humana que foi, afinal de contas, a primeira razão de ser da criação da Casa do Minho. 
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Fotos: Casa do Minho, RJ



RANCHO JUVENIL BENJAMIM PIRES É A ESCOLA DE FOLCLORE DA CASA DO MINHO NO RIO DE JANEIRO
O Rancho Folclórico Juvenil Benjamim Pires é um dos três ranchos folclóricos da Casa do Minho no Rio de Janeiro e o garante da continuidade do Rancho Folclórico Maria da Fonte. Formado por crianças e jovens dos 4 aos 16 anos, ele constitui uma verdadeira escola de folclore que, ao mesmo tempo, transmite a nossa herança cultural às novas gerações.
Como não podia deixar de suceder, este rancho possui um grande sucesso entre a nossa comunidade, tal é o carinho que lhe é dispensado pelas gentes minhotas e pelos nossos compatriotas em geral. O seu historial é descrito no próprio site da Casa do Minho. 
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“Na gestão entre 1984 a 1986, a grande colaboradora Zilda Barroso Batista, reparando na qualidade e quantidade de crianças que brincavam de dançar durante os ensaios do Rancho Maria da Fonte, trocou idéias com Ricardo Almeida, componente do Rancho e resolveram aproveitar aquela meninada. Com a colaboração de alguns componentes da tocata passaram a ensaiar separadamente aquelas crianças. As mães se empolgaram e por iniciativa própria resolveram confeccionar as roupas. De acordo com a opinão de alguns diretores que concordaram com a idéia, elegeram para traje do novo grupo, roupas da região de Barcelos. O Ranchinho ficou pronto e acabado, com músicas, danças e vestimenta a caráter. Foi levada a aprovação da diretoria. O Presidente Salustiano Lopes, apoiou e se intitulou padrinho do Rancho Juvenil.
No dia 8 de Março de 1986, quando a Casa do Minho completava 62 anos foi oficialmente declarado fundado o Rancho Juvenil da Casa do Minho, com sua primeira exibição nesse dia. Sucesso estrondoso!
Por sugestão de Amílcar Barreiros, presidente da diretoria de 1996 a 1998, foi acrescido ao Rancho Juvenil o nome de Benjamin Pires. Esta homenagem justifica-se pelos grandes serviços prestados à Casa do Minho, a quem dedicou toda sua vida”. 
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Fotos: Casa do Minho, RJ



RANCHO DOS VETERANOS É A VELHA GUARDA DO FOLCLORE DA CASA DO MINHO NO RIO DE JANEIRO
O Rancho dos Veteranos é, como o seu próprio nome indica, a “velha guarda” do folclore da Casa do Minho no Rio de Janeiro. Formado por antigos componentes do Rancho Folclórico Maria da Fonte, ele surgiu da necessidade deste manter viva a sua memória, homenageando os seus próprios pioneiros e dando-lhes a possibilidade de continuarem a representar a Instituição regionalista que a todos congrega – a Casa do Minho!
Ao convidarem os “veteranos” para dançarem na sua festa de aniversário – o Rancho Folclórico Maria da Fonte celebrou em 1993 o seu 39º aniversário – os seus atuais componentes transmitiram aos seus antecessores uma mensagem de carinho e apreço pelo trabalho que iniciaram e que veio a tornar possível a grandeza e notoriedade alcançada pelo seu Rancho Folclórico.
No seu site, a Casa do Minho descreve o historial do Rancho dos Veteranos. 
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“Tudo começou em 1993 nos 39 anos do Rancho Maria da Fonte, naquele instante foi formado uma comissão de componentes do Maria da Fonte para fazer a festa de aniversario.
Eles resolveram entre muitas ideias, convidarem ex-componentes do Maria da Fonte para dançarem no aniversario, e foi aquele sucesso, que veio a repetir-se nos anos de 1994/95 e 1996.
Nos ensaios realizados no ano de 1996, alguém deu a ideia daquele grupo se encontrar todos os meses no ano de 1997 e, se possivel, apresentar-se pelo menos 3 vezes no ano.
Daí foi um pulo e, no dia 8 de julho de 1997, é fundado o RANCHO DOS VETERANOS, mais um rancho oficial da CASA DO MINHO.
Da ideia inicial de se apresentar no maximo 3 vezes no ano, se tornaram muitas vezes no ano.
Um exemplo foi no mês de abril de 2006, o RANCHO DOS VETERANOS, deslocou-se até São Paulo e dançou na sexta-feira no Clube Português, no sábado, na Casa de Portugal e no domingo no Arouca São Paulo Clube.
Hoje, o RANCHO DOS VETERANOS dança com seus proprios trajes e já participou de varios festivais de folclore, já viajou para fazer apresentações em São Paulo, Vitoria do Espirito Santo, Distrito Federal (Brasilia) e no Estado do Rio de Janeiro, em diversas cidades como Friburgo, Petropolis, Teresopolis e outras.
E com grande alegria que há mais de 10 anos, continuamos até hoje a manter vivo os nossos objetivos com o RANCHO DOS VETERANOS, agradecer a diretoria da Casa do Minho, aos componentes do Rancho Maria da Fonte, a todos atuais e ex-componentes dos Veteranos, por fazerem parte desta linda historia; porque apesar do nome ser Veteranos, o mais importante para nós não é a idade, mais sim ter o sentimento e o prazer de continuarmos dançando e representando a nossa Casa do Minho”. 
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Fotos: Casa do Minho, RJ



RANCHO FOLCLÓRICO MARIA DA FONTE: A ALMA DA CASA DO MINHO NO RIO DE JANEIRO!
O Rancho Folclórico Maria da Fonte é um dos três ranchos folclóricos da Casa do Minho no Rio de Janeiro. Os demais são o Rancho dos Veteranos e o Rancho Juvenil Benjamim Pires. Com quase seis décadas de existência, o Rancho Maria da Fonte constitui um autêntico porta-estandarte da Casa do Minho e das tradições minhotas em terras do Brasil e, não raras as vezes, além-fronteiras.
Para além da exibição dos trajes e das danças e cantares da nossa região, o Rancho Maria da Fonte reconstitui habitualmente interessantes quadros etnográficos como a desfolhada do milho, as vindimas e a espadelada do linho, espetáculos bastante concorridos pela comunidade minhota do Rio de Janeiro.
Acerca das origens do Rancho Folclórico Maria da Fonte, transcreve-se a sua própria descrição feita no site da Casa do Minho.
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“Antônio Pedreira, natural de Valença, era um vascaíno doente e assistia a todos os jogos do Vasco em São Januário. Após o jogo jantava, junto com as filhas e alguns amigos em seu restaurante situado na Praça da Bandeira. Era proprietário também de uma loja de artigos elétricos na Rua Frei Caneca onde também trabalhavam sua duas filhas solteiras, Elza e Nilza. A Olívia, sua terceira filha era casada e ajudava seu marido em um pequeno negócio na zona norte do Rio. Não freqüentava a Casa do Minho. O Sr. Antonio Pedreira além de todas as suas atividades idealizou organizar um grupo de danças portuguesas. Foi divulgada a idéia e os candidatos a dançarinos foram aparecendo, moças e rapazes. As filhas do Sr. Pedreira, Elza e Nilza, com a colaboração de Suely, vizinha da Casa do Minho na Rua Conselheiro Josino, confeccionaram os trajes para as moças e também o estandarte para o grupo. Ensaiando há algumas semanas teve sua primeira exibição no dia 18 de dezembro de 1954, considerada data da fundação, durante as festividades em homenagem ao Conselho de Valença.
O sucesso foi muito comentado até pela imprensa. Por sugestão de Sra. Odete, esposa do então tesoureiro e grande benemérito Alberto Gonçalves Igreja, foi o grupo batizado com o nome de Maria da Fonte, em homenagem à heroína minhota. Embora de relativo agrado, o Maria da Fonte não representava fielmente o Minho nem nas músicas nem nas danças, pois se limitava a imitar as marchas de Lisboa. Em 1960 o Sr. Domingos da Costa e Silva viajou a Portugal e em Viana do castelo encomendou os fatos genuínos da região para as moças.
Para os rapazes foram mandados confeccionar os trajes seguindo o modelo dos grupos folclóricos da região de Viana. Foi um novo sucesso a apresentação dos trajes exibidos pelo Maria da Fonte. Mas algumas coisas ainda estavam faltando.
Foi quando compareceram à Casa do Minho, Benjamim Pires e Fernanda Enes Salgueiro, o casal oriundo de Carreço, componentes que foram do grupo Folclórico daquela freguesia de Viana do castelo. A partir de então, sob a orientação de Benjamim Pires e sua esposa, Sra. Fernanda, o Rancho Maria da Fonte não parou de crescer.
A fama do Rancho espalhou-se por todo o território brasileiro, transpôs fronteiras e por três vezes foi a Portugal mostrar o que os emigrantes plantaram nesta terra brasileira. Foi recebido por autoridades brasileiras e portuguesas e já representou Portugal em diversas solenidades.
Este Rancho era composto em quase sua totalidade por portugueses. Existia um casal, ele brasileiro, Odir, e ela espanhola, Josefina. Hoje, é composto por portugueses, brasileiros, filhos de portugueses que mantém a cultura daquela linda região mais viva do que nunca.
Gravou três discos com músicas do seu repertório. Atualmente seus trajes, suas danças e seus cantares são exclusivamente da região do Minho. O Rancho Folclórico Maria da Fonte da Casa do Minho é o mais fiel representante do folclore minhoto no Brasil”. 
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Fotos: Casa do Minho, RJ



CASA DO MINHO NO RIO DE JANEIRO FOI FUNDADA HÁ 88 ANOS!
Faz hoje precisamente 88 anos que os nossos conterrâneos radicados no Brasil fundaram uma associação que veio a tornar-se uma referência do nosso regionalismo entre a comunidade minhota radicada naquele país e um pouco por todo o mundo – a Casa do Minho!
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Constituída com o propósito de estabelecer solidariedade e prestar auxílio aos nossos compatriotas que, nos anos difíceis do começo do século XX, se viram desamparados pela sorte e à beira da miséria, muitos dos quais tiveram então de ser repatriados, a Casa do Minho viria a constituir-se num baluarte do regionalismo minhoto e da afirmação do patriotismo dos portugueses em terras de Vera Cruz, precisamente a que ostenta no seu próprio emblema.
Ultrapassadas as dificuldades iniciais com que os nossos conterrâneos se debateram para conseguirem uma vida mais digna, as gentes minhotas deram à Casa do Minho uma nova missão que consiste na preservação da sua identidade, mormente através das mais variadas manifestações culturais, tertúlias literárias, manifestações religiosas, divulgação do folclore e, sobretudo, da união e convívio familiar dos seus associados.
Desde a sua fundação, a Casa do Minho no Rio de Janeiro é obra de muitos homens e mulheres que ao longo de oitenta e oito anos de existência souberam erguer uma grandiosa instituição que dignifica a comunidade minhota radicada no Brasil e prestigia o nosso país.
Localizada na rua Cosme Velho, na zona sul do Rio de Janeiro, a Sede social da Casa do Minho dispõe para além das instalações propriamente ditas, de uma grande arborizada, parque de estacionamento e dois magníficos recintos desportivos.
De entre as suas principais finalidades, cumpre-nos destacar a promoção da fraternidade Luso-Brasileira; o desenvolvimento da prática de atividades desportivas, recreativas, culturais e sociais; a difusão do culto à Comunidade Lusíada; a luta pelos interesses do do Minho tornando conhecidas sua história, belezas naturais, gastronomia e o seu folclore.
No dia em que a Casa do Minho no Rio de Janeiro assinala o seu 88º Aniversário, o BLOGUE DO MINHO endereça aos seus dirigentes e a toda a comunidade minhota em geral, os votos de maiores sucessos!
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A imagem mostra a sede da Casa do Minho, na rua Cosme Velho, na zona sul do Rio de Janeiro
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Trinta anos após a criação da Casa do Minho, foi constituído no seu seio o Rancho Folclórico Maria da Fonte
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A Casa do Minho é a embaixada da cultura minhota no Rio de Janeiro
A imagem apresenta duas componentes do Rancho Folclórico Maria da Fonte, da Casa do Minho
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A Casa do Minho preserva as nossas tradições junto das gerações mais jovens da nossa comunidade radicada no Brasil
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A imagem mostra um aspeto panorâmico do salão social da Casa do Minho
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Um aspeto do restaurante da Casa do Minho
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A participação dos mais jovens é a garantia do futuro da Casa do Minho no Rio de Janeiro
Fotos: Casa do Minho, RJ



QUARTA-FEIRA, 29 DE FEVEREIRO DE 2012
BRASIL: MINHOTOS FAZEM ARRAIAL NO RIO DE JANEIRO
A Casa do Minho no Rio de Janeiro leva a efeito no próximo dia 3 de Março um grandioso arraial minhoto, por sinal a mais grandiosa e típica festa minhota em terras brasileiras. Trata-se da “Quinta de Santoínho”, uma denominação que os nossos conterrâneos adotaram evocando o espaço de animação existente em Darque, no Concelho de Viana do Castelo.
Esta iniciativa vem realizando-se ininterruptamente, todos os meses, desde 1979 e conta habitualmente com a animação do Rancho Folclórico Maria da Fonte, cabeçudos e gigantones. Os visitantes têm à sua disposição sardinha assada na brasa, pão de milho, caldo verde e vinho à descrição. É uma festa minhota!
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SEGUNDA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2012
LAURINDA FERNANDES DE CARVALHO ARAÚJO: UMA POETISA LIMIANA QUE PERMANECE IGNORADA PELOS SEUS CONTERRÂNEOS
Apesar de contar com vasta obra literária publicada em livro e bastante colaboração dispersa por diversos órgãos da imprensa regional, a poetisa limiana Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo permanece ignorada da maior parte dos seus conterrâneos.
Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo fazendo a apresentação do seu livro, em Lisboa, em 1987. À direita, na foto, o sr. Dias de Carvalho, de Vitorino das Donas.
Durante vários anos publicou no jornal “O Povo do Lima” a secção “Página Feminina” na qual publicou muitos dos seus poemas, além de outros comentários e artigos sobre os mais variados temas.
Em 1971, publicou os seus primeiros livros de poemas – “Coração que sofre!...” e “Retalhos de Poesia”. Seguiram-se “Apologia de S. Julião de Freixo e Suas damas de Honor”, “Reminiscências do Passado”, “Faúlhas do 25 de Abril”, “Poesias Dispersas”, “Poesias Completas para os meus 13 filhos”, “O Fim da Hospedagem”, “No Crepúsculo”, “Poesias para os meus 30 Netos” e “Galiza – Universidade do seu povo”.
Publicou em prosa “Histórias da Avozinha para os Netos”, “Conversa íntima com os jovens – Noivas e Casadas”, “Monografia de S. Julião de Freixo e Estudo Sucinto de Anais”, “Cartas… Sem Resposta” e “Monografia de S. Eulália de Rio Covo – Barcelos”. Em prosa e verso, “Venha Comigo ao Rio de Janeiro”. E, ainda, em teatro, de parceria com o escritor Afonso do Paço, “O Rosto da Imaginação – Comédia em 3 actos”, “A Gaivota – Comédia infantil em 2 actos” e “Fantasmagorias – Tragi-comédia”.
Em parceria com Afonso do Paço publicou também, em poesia, “Dois Mundos – Rural e Urbano, no espaço Galaico-Minhoto”, cuja capa junto reproduzimos.
A poetisa Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo nasceu em S. Julião de Freixo e era professora de Instrução Primária. Entre as entidades a que se encontrava associada, destacamos a Sociedade de Geografia e a Associação Portuguesa de Escritores, Associação de Jornalistas e Homens de Letras, o Centro de Estudos Regionais e o Centro de Estudos Sociais e Etnográficos de Viana do Castelo. Era ainda Sóocia Honorária do Liceu Literário Português e do Real Gabinete Português de Leitura, do Rio de Janeiro.
Transcrevemos alguns versos do seu poema “Dois Mundos – Rural e Urbano, no espaço Galaico-Minhoto”.
                                      Ó Galiza e Minho
                                      Torrões floridos
                                      Por todo o mundo
                                      Vós sois queridos.
                                      Tendes o encanto
                                      Da natureza
                                      Que em vós espalhou
                                      Tanta beleza
                                     
                                      Lindos canteiros
                                      Cheios de flores
                                      Que nos perfumam
                                      Com seus odores.
                                      Todos vos adoram
                                      Com simpatia
                                      Se em vós respiram
                                      Toda a alegria.
                                     
                                      Tenho gravado
                                      Dentro em meu peito
                                      Vossos nomes queridos
                                      Amor perfeito.
                                      Por todo o mundo
                                      Sois apreciados
                                      De vossos países
                                      Os mais belos quadros.
                                      Galiza e Minho
                                      Meu amor primeiro
                                      Sois admirados
                                      Pelo mundo inteiro



SEXTA-FEIRA, 3 DE FEVEREIRO DE 2012
AMANHÃ HÁ FESTA NA CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO



TERÇA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2012
AVISO DE FLORES
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é preciso avisar toda a gente
dar notícia informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir
é preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando a verdade corrente
duma força que nada detenha
é preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio da floresta
e que os mortos apontam em frente
o caminho da esperança que resta
é preciso avisar toda a gente
transmitindo este morse de dores
é preciso imperioso e urgente
mais flores mais flores mais flores
João Apolinário, in "Morse de Sangue"
* Poeta. Natural do Marvão. Pai do músico e compositor João Ricardo, natural da Freguesia de Arcozelo, Concelho de Ponte de Lima e mentor da banda “Secos & Molhados”.



SÁBADO, 21 DE JANEIRO DE 2012
DOMINGOS RODRIGUES LIMA: UM LIMIANO NO CEARÁ
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“Lima é um rio de Portugal que tem nascente espanhola na Lagoa de Antela, formada pelas vertentes da serra de San Mamede, na Galiza (…). Foi neste formoso rio que deu nome à ilustre família RODRIGUES LIMA, que povoou a ribeira do Acaraú, no norte do Estado do Ceará. É mais um caso de topónimo português que se tornou sobrenome familiar no Vale do Acaraú, tai como Fonteles, Linhares, Braga, Viana, Prado e tantos outros (…). O tronco desta família, entre nós, foi o capitão DOMINGOS RODRIGUES LIMA, natural da freguezia de Cabração, concelho de Ponte de Lima, cujos pais chamavam-se JOSÉ VAZ e JUSTA AFONSO. Ao chegar ao Brasil, DOMINGOS RODRIGUES acrescentou ao próprio nome o sobrenome LIMA em homenagem à terra do berço (…) DOMINGOS RODRIGUES LIMA nasceu em CABRAÇÂO a 7 de Junho de 1722 e foi batizado em casa, em perigo de vida, a 29 do mesmo mês e ano, tendo sido levado, posteriormente a Matriz (…) DOMINGOS RODRIGUES LIMA veio para o Brasil antes de atingir a maioridade, pelo que deve ter viajado sob a guarda de um tutor, desembarcando no Recife, em cujo comércio se estabeleceu (…) O primeiro documento que atesta sua presença ali é o inventário de ISABEL RODRIGUES DE OLIVEIRA, mulher do capitão-mór DOMINGOS DE FARIAS CASTRO, falecida na Capital da Paraíba a 23 de Outubro de 1739 (…) No comércio de Recife, durante dez anos, DOMINGOS conseguiu amealhar bom património e grande número de amigo, ficando também conhecido nas praças da Bahia e Ceará pela lisura nos negócios que mantinha. Isto foi o suficiente para lhe dar prestígio e obter a patente de capitão (…) Em 1747, DOMINGOS resolveu viajar para Fortaleza, com o fim de expandir ainda mais suas atividades comerciais (…) Depois de Fortaleza, o capitão DOMINGOS partiu para a Ribeira do Acaraú, em Sobral-Ce, onde foi acolhido pelo patrício e também português DOMINGOS DA CUNHA LINHARES em sua fazenda São José, hoje vila de Patriarca, a margem esquerda do rio Acaraú (…) em 16 de Setembro de 1762, o capitão DOMINGOS RODRIGUES LIMA casou com a Sra. MARIA DA SOLEDADE ARAÚJO, filha legítima do Capitão DOMINGOS DA CUNHA LINHARES, natural do arcebispado de Braga, Santa Marinha e Linhares de sua mulher Dionisia Alves Linhares, natural do RIO GRANDE DO NORTE, freguesia de N. Srª da Apresentação, nepta paterna de JACINTO GONÇALVES natural do Reyno de Castella e de suaa mulher SUZANA DE ARAÚJO natural de Braga, freguesia de Santa Marinha de Linhares, ambos já defuntos, e pela parte materna de DIONISIO ALVES LINHARES, natural do Arcebispado de Braga, freguesia de Coçourado, e de sua mulher RUFINA GOMES DE SÁ, natural do RIO GRANDE DO NORTE, freguesia de Nª Srª Apresentação…
in Raízes Portuguesas do Vale do Acaraú - Padre F. Sadoc de Araújo
Sobral - Ce ano 1991
Gráfica Editorial Cearence Ltda
Fortaleza – 1991



QUINTA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2012
GALIZA: PONTEVEDRA ACOLHE FESTA DA LUSOFONIA



SEGUNDA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 2012
JOÃO MARCOS: A MINHA ALMA BRASILEIRA
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“A Minha Alma Brasileira” é uma das obras produzidas pelo escritor João Marcos, editada pela Universitária Editora, com desenho de capa da autoria da autoria de sua filha, a pintora Armanda Andrade. “A Minha Alma Brasileira” é um livro de contos e narrativas através do qual o autor transmite aos leitores o seu sentir e experiências que viveu durante o seu exílio no Brasil. Como a Drª Manuela Rodrigues refere no seu prefácio, “´são cinco as estórias que este livro nos trás. Todas diferentes. Marcadas pela espiritualidade insíta ao brasileiro, presente em“Do Cerrado à Megacidade (Recordações de uma viagem) em que ao longo de uma viagem o autor nos dá a conhecer paisagens, a vibração e amor ao futebol, o descobrir das sensações face à cidade grande, a mistura de crenças do povo que o leva a associar cartomância, leitura de búzios, candomblé, e de como a partir dessa incrível mistura o pobre cidadão acaba se tornando infeliz dono da fatalidade”. Mas, não nos alonguemos mais na apreciação da obra e deixemos aos leitores uma pitada da sua poesia para que lhes possamos aguçar o interesse pela leitura da sua obra. Nesse sentido, transcrevemos uma breve passagem de um dos seus contos, mais concretamente aquele que descreve “o sonho de Brasília” e dá pelo título “Mesmo que Deus não queira”:
“Nem só o vagabundo sonha. O sonho é próprio do homem. Deus criou a partir do nada, o homem cria a partir do sonho. Há diferença entre o sonho do vagabundo e o sonho do homem criador. Sonhando, o vagabundo recria-se a si próprio; o verdadeiro criador cria principalmente para os outros, o sonho transcende-o em obra para a humanidade. O poeta chegou ao fundo da essência humana: tudo o que existe ou é criação de Deus ou sonho do homem.
Vou contar a minha última história, que não é sonho meu, sonho de um vagabubdo, mas é um sonho do Brasil, um dos sonhos mais gloriosos do Brasil.
A história remonta aos finais dos anos vinte, tinha o Brasil pouco mais de cem anos de independência e um corpo enorme, de que não se conhecia ainda rigorosamente toda a dimensão.
O rosto virado para cima remirando a Europa através do reflector do Atlântico, peito e barriga empinados para o Golfo da Guiné, e encostado às almofadas do Perú e da Bolívia contra a cordilheira dos Andes, parece a rotunda figura de um capitalista, conforme se representa nas caricaturas socialistas, mas em que teratologicamente o cérebro se deslocara para o lugar onde normalmente deve estar o sexo, pois era ali, no Distrito Federal, ao fundo da barriga, que se dinamizava todo o pensamento e se manifestava toda a sua actividade emocional.
O Brasil começara já a perder o fascínio da Europa, mas os seus interesses culturais ainda se não enleavam muito com a sua prórpia pessoa (muito, ainda hoje não acontece), antes se orientavam agora em direcção às multinacionais e às multifilares antenas da cresocultura ianque. Em compensação, eram os homens da cultura da Europa e da América, especialmente os cientistas, que procuravam o Brasil para melhor o conhecerem”.
Sobre o autor propriamente dito, apresenta-o a Drª Manuela Rodrigues como “um português, minhoto da mais preclara cepa, com as suas raízes profundas nesse canto do país onde os celtas e os visigodos plantaram corações e almas fortes, de antes quebrar que torcer. Tão fortes que são capazes de partir, criar raízes e voltar, mantendo a portugalidade mais profunda, sem contudo deixarem de absorver de passagem o que de melhor as culturas locais lhes apresentam".



SEXTA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2012
CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO REALIZA AMANHÃ ARRAIAL MINHOTO



DOMINGO, 11 DE DEZEMBRO DE 2011
CONGRESSO DE ETNOGRAFIA E FOLCLORE DE BRAGA, EM 1956, FOI ANALISADO PELOS DEPUTADOS DA ASSEMBLEIA NACIONAL
É frequente, nos dias que correm, o termo folclore ser empregue depreciativamente por parte de quem mais responsabilidade possui na defesa do nosso património cultural. Mas nem sempre foi assim…
Em 1956, o conceituado antropólogo António Augusto Esteves Mendes Correia, docente da Faculdade de Ciências do Porto e deputado à Assembleia Nacional, na sessão de 29 de Junho daquele ano, sob a presidência de Albino dos Reis Júnior, pronunciou um brilhante discurso acerca do Congresso de Etnografia e Folclore realizado em Braga, o qual foi feito na sequência da intervenção feita na sessão do dia anterior, pelo deputado Alberto Cruz, a respeito do mesmo tema.
As intervenções então proferidas ajudam-nos a compreender o enquadramento do folclore na política cultural do Estado Novo. Pelo seu interesse, nomeadamente do posto de vista histórico, transcrevemos seguidamente as duas intervenções então realizadas, começando pela do deputado Alberto Cruz, na Sessão nº. 159, da VI Legislatura da Assembleia Nacional realizada no dia 28 de Junho.
"Sr. Presidente: acaba de realizar-se na minha terra, na capital desse alegre Minho, e em época de festas e romarias, mais um congresso, que chamou a Braga um seleccionado e numeroso grupo de cultores do folclore e da etnografia e onde também se exibiram ranchos folclóricos da França, Espanha e Portugal continental e insular.
Esse congresso, presidido pelo nosso colega nesta Câmara Sr. Prof. Mendes Correia, teve a honrá-lo a presença de dois membros do Governo, quo presidiram às sessões de abertura e encerramento, o Sr. Ministro das Corporações e Previdência Social e o Subsecretário de Estado da Educação Nacional, que tiveram ensejo de proferir notáveis e muito apreciadas orações.
Foram apresentadas e discutidas teses do mais alto valor e foram emitidos votos, que serão apreciados por quem de direito e pura os quais me permito chamar a esclarecida atenção das entidades competentes.
Sr. Presidente: ouvi tecer hinos de louvor às belezas incomparáveis das terras minhotas, mas muito especialmente à estância paradisíaca do Bom Jesus do Monte, enquadrada nos pequenos campos de cultura que a rodeiam, semelhantes a canteiros de floridos jardins, amorosamente tratados e onde, a cantar e a rezar, aquele bom povo semeia, planta e colhe o pão e o vinho necessários à sua sustentação.
Ouvi ainda louvores também à hospitalidade dos seus habitantes e fiquei com a certeza de que todos os congressistas farão nas suas terras a propaganda do que os seus olhos viram, e que deve traduzir-se em desenvolvimento crescente da quase única indústria que nos resta - o turismo. Mas, para isso, é indispensável que o Governo, pelo seu departamento de propaganda e turismo, auxilie aquela terra, pletórica de encantos naturais, mas pobre de recursos materiais, a apetrechar-se de tudo que é necessário para atrair e fixar aqueles que futuramente podem vir a ser factores da sua riqueza e que pelo Mundo andam à procura de repouso para o espírito e deslumbramento para os olhos!
A natureza prodigalizou-nos belezas sem par, mas temos de dar u quem nos visita o conforto que quase por completo nos falta. A estância do Bom Jesus do Monte necessita de hotéis condignos, e, a exemplo do que se tem dado, e muito bem, a outras terras, eu peço também, e com a maior urgência, o estudo, seguido da realização, de tudo o que possa contribuir para o desenvolvimento do turismo, indústria de que Braga pode, por mercê de Deus, que lhe deu excepcionais condições, tirar os maiores proveitos.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O Orador: - Atrevo-me a continuar a pedir ao Governo, pelos departamentos competentes, auxilio para as suas indústrias, e, se puder ser, no próximo plano de fomento industrial, a criação doutras novas também, para dar ocupação a tantos braços que dia a dia vão surgindo para a labuta da vida e ao mesmo tempo contribuir para o engrandecimento desta Pátria, a que tanto queremos e pela qual tudo sacrificaremos".
Dr. António Mendes Correia 
Na Sessão nº. 160, da VI Legislatura da Assembleia Nacional realizada no dia 29 de Junho, o deputado António Mendes Correia toma a palavra e fala sobre o Congresso de Etnografia e Folclore de Braga, nos seguintes termos:
“Sr. Presidente: na sessão de ontem o nosso colega Dr. Alberto Cruz referiu-se, a propósito das impressões que teriam deixado a terra e a gente bracarenses e o Minho em geral nos membros do recente Congresso de Etnografia e Folclore, realizado em Braga, as tradições regionais de hospitalidade e à necessidade de se apoiar o desenvolvimento do turismo naquela província.
Não precisa o nosso colega da minha solidariedade nas aspirações que formulou, e que naturalmente perfilho sem restrições, mas pedi a palavra para, ainda com um mandato que me permite traduzir o sentir de todos os congressistas, sublinhar a hospitalidade e a cortesia que todos encontrámos em Braga e na boa gente do Minho, aproveitando este ensejo para, mais uma vez, salientar o significado nacional e político da assembleia realizada e a importância - nos mesmos aspectos, além do científico - de muitas matérias nela versadas e de muitos dos votos finais ali adoptados.
Não trago, evidentemente, a esta Câmara um relato pormenorizado do que foi o Congresso e do que ele representa na vida cultural e social do Pais.
Mas acentuarei que a sua magnitude decorre do tema dos seus relatórios e das suas duzentas comunicações. Esse tema é o povo português, a sua psicologia, as suas tradições, a sua arte, os seus anseios, as suas tendências e as suas capacidades.
Tema que é hoje versado cientificamente, com métodos e técnicas adequados, de maneira sistemática, imparcial e objectiva, e não ao modo antigo, por coleccionadores
a esmo, por simples amadores sem preparação, por devaneadores e fantasistas, com maior ou menor brilho literário, maior ou menor sentimento e entusiasmo, mas numa ausência total, ou quase, de espírito cientifico. Há ainda quem suponha que etnografia e folclore são puras colectâneas amenas de temas pitorescos da vida popular.
Ora, o último Congresso definiu posições nítidas e úteis quanto à natureza dos objectos dessas disciplinas e quanto à maneira de os tratar e utilizar. Pôs em evidência o interesse de certas investigações. Salientou as ligações entre o âmbito das ditas disciplinas e a história, a filosofia, a religião, a arte, a sociologia, a política, a economia, etc. Pôs sobretudo em relevo o valor nacional daqueles estudos.
E a todos foi grato verificar que, a par das contribuições mais singelas sobre um ou outro facto local ou regional, surgiram naquela assembleia teses de conjunto ou de carácter genérico e doutrinário, como as de metafísica, do folclore e da ética dos provérbios populares, tratados pelos reverendos Drs. Bacelar e Oliveira e Craveiro da Silva, da Faculdade Pontifícia de Filosofia, de Braga.
Não faltaram outros elementos universitários e académicos, participantes do Brasil, Espanha e México, os temas mais variados. Mas desejo aqui congratular-me, sobretudo, com o apoio e interesse manifestados ao Congresso, não só por corpos administrativos, como as Câmaras Municipais de Braga -a autora da iniciativa e sua grande realizadora, Viana do Castelo, Santo Tirso e Porto, e algumas juntas de província, mas também por organizações como o Secretariado Nacional da Informação e Cultura Popular, a Mocidade Portuguesa, a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, etc.
O Governo da Nação, o Governo de Salazar, dispensou ao Congresso o apoio mais expressivo, sendo notáveis os discursos proferidos no mesmo pelos ilustres Ministro das Corporações e Subsecretário de Estado da Educação Nacional.
Verificou-se, assim, este facto altamente consolador: é que de sectores os mais variados da vida nacional, de todos os planos hierárquicos, dos domínios directamente ligados ao assunto como de outros, do Governo ao próprio povo - como o de Braga e como o que participou nos festivais folclóricos então realizados, houve geral concordância no reconhecimento do vasto e profundo significado da bela iniciativa da Câmara de Braga, e especialmente do seu extraordinário presidente.
Como ó oportuna e confortante tal verificação, precisamente quando nesta Assembleia se está discutindo o Plano de Formação Social e Corporativa, marcando-se o desejo de, abrindo os braços a todos os progressos reais e fecundos, conservar as melhores e mais sãs tradições nacionais!
O Congresso emitiu numerosos votos, como em matéria de ensino, investigação, propaganda, museus, protecção, etc., de assuntos etnográficos e folclóricos. Sublinharei apenas, neste instante, os que dizem respeito às actividades ultramarinas nesse domínio e à recusa ao fado do título, tão correntemente usado, de canção nacional por excelência.
O estudo da etnografia e folclore das populações ultramarinas mereceu ao Congresso uma atenção especial, salientando-se a necessidade dessa matéria nos centros de estudos sociais e políticos e nos novos institutos de investigação científica de Luanda e Lourenço Marques, entre as ciências humanas ou sociais.
Quanto ao fado, proclamou-se o inconveniente nacional e folclórico da sua difusão excessiva, quer pela sua proveniência, quer pelo pessimismo e desanimo que traduz, em contradição com as fontes e as manifestações mais autênticas e construtivas da inspiração popular. O fado lembra as guitarras plangentes de Alcácer, não um brado de vitória ou de fé.
Não pretendo negar a beleza de alguns fados, das toadas mais melancólicas, de versos profundamente tristes. Mas não se chame canção nacional por excelência a uma canção folclòricamente tão discutível e tão distinta, em tudo, das belas, joviais e empolgantes canções de que é felizmente tão rico. O autêntico folclore nacional.
Vi um dia, num festival folclórico, no Porto, centenas de visitantes estrangeiros, como um só homem, perante uma exibição de ranchos de Viana, erguerem-se a aplaudir e a gritar: «Viva Portugal»! Em vez do fado depressivo, como não hão-de ser estimulantes e gratas para nós, Portugueses, essas manifestações da nossa música popular que têm assim o dom de arrebatar os próprios estrangeiros?
Sem recusar a possibilidade de introdução e adopção de factos novos, ou seja do processo chamado de aculturação pelos etnógrafos e sociólogos, o Congresso pronunciou-se pela definição do facto etnográfico e folclórico como caracterizado por serem tradicionais e de origem espontânea e anónima na alma popular.
A aculturação só pode dar-se quando esta alma lhe é favorável, quando nesta encontra eco, aceitação, concordância psicológica. Nos nossos territórios ultramarinos é do maior interesse o estudo da aculturação das populações nativas sob a influência da cultura que tenho chamado luso-cristã.
Por estas singelas considerações creio ter dado uma ideia da importância nacional e científica do Congresso de Braga. Mas o que sobretudo desejei sublinhar, usando da palavra, foi a gratíssima impressão que congressistas nacionais e estrangeiros trouxeram do convívio, da hospitalidade, da afabilidade, da cortesia, do trato, da doçura, do irradiante poder de simpatia, da boa gente de Braga e do Minho, daquele admirável povo em que se conservam e florescem tantas virtudes tradicionais de suavidade de alma, de bondade, de apego ao lar, de dedicação pelo trabalho, de amor pelo seu berço e de fidelidade aos altos valores espirituais que garantem a perenidade da Pátria e da civilização.
Posso depor com firmeza que na multidão que em avalancha jovial festejava o S. João, na noite de 23, em Braga, não vi senão atitudes simpáticas e dignas. Quem dava involuntariamente um encontrão pedia desculpa.
Ausência de palavrões, de qualquer grosseria, de brutalidade. Bom povo, admirável povo, que a dissolução tendenciosa de outros meios ainda não inquinou nem perverteu.
Tenho a certeza de que a acção de organizações como as que citei manterá indemnes a sua alma e as suas tradições sãs contra a vaga cosmopolita ou exótica de materialismo pretensamente científico e humano que ameaça subverter o que há de melhor e mais luminoso no património moral da nossa civilização. Bom povo de Portugal, porque creio em ti e nos valores espirituais que te animam, creio na eternidade da Pátria.
Tenho dito."
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A imagem regista o almoço realizado em Viana do Castelo no âmbito do Congresso de Etnografia e Folclore de Braga. Identificam-se o Coronel Mário cardozo e Alberto Vieira Braga, respectivamente o segundo e o quarto a contar da esquerda. (Foto: Casa de Sarmento – Centro de Estudos do Património).



SEGUNDA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2011
MINHOTOS NO BRASIL FAZEM ARRAIAL
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A Casa do Minho no Rio de Janeiro leva a efeito no próximo dia 3 de Dezembro, a partir das 20h30, o maior arraial minhoto que desde há mais de 30 anos tem lugar fora de Portugal, fazendo parte da programação social daquela colectividade.
Vai haver música ao vivo para dançar com o Conjunto “Os Típicos do Beira Show”, actuação de folclore do Minho, cabeçudos e zés pereiras, além de uma representação das marchas de Lisboa. E, como não podia deixar de acontecer, haverá também sardinha assada, frango no churrasco, caldo verde e vinho da nossa região.
Convém lembrar que, ao contrário do que sucede em Portugal, o Verão está a chegar ao Brasil pelo que é tempo de festa e romaria para as nossas gentes que ali vivem.



QUARTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO DE 2011
MINHOTOS DO RIO DE JANEIRO MANTÊM AS TRADIÇÕES
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CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO: HÁ 58 ANOS ALOJOU A CASA DAS BEIRAS
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A Casa das Beiras, no Rio de Janeiro, foi fundada em 1953. Dois anos decorridos, adquiriu um imóvel situado na Rua Barão de Ubá para aí construir a sua sede social, a qual foi inaugurada em 1957. Durante esse tempo, a Casa das Beiras funcionou nas instalações da Casa do Minho, situadas na Rua Conselheiro Josino, no Rio de Janeiro.
Em 28 de Abril de 1957, a Casa das Beiras prestou à Casa do Minho a sua “homenagem de gratidão pelas atenções dispensadas à Casa das Beiras durante todo o tempo que ocupámos as instalações da sua Sede”, conforme se pode ler no primeiro número do respectivo “Boletim Associativo”, convidando-a especialmente para visitar a Sede da Casa das Beiras onde lhe foi oferecido um Porto de Honra.
A imagem que junto se publica apresenta a Direcção da Casa do Minho, do Rio de Janeiro, em 1957, altura em que foi inaugurada a Sede da Casa das Beiras. Em baixo, o número 1 do “Boletim Associativo” da Casa das Beiras.
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DOMINGO, 23 DE OUTUBRO DE 2011
CARAMURU: UM VIANENSE QUE FOI PIONEIRO DA COLONIZAÇÃO DO BRASIL
Por ocasião das comemorações dos 750 anos do Foral, a Câmara Municipal de Viana do Castelo editou uma singela mas interessante brochura com o título “CARAMURU: O Vianense criador da Brasilidade”. A homenagem incluiu ainda um monumento a Caramuru que foi implantado na Praça da República, em Viana do Castelo.
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Caramuru foi o nome que os índios tupinambás impuseram ao vianense Diogo Álvares Correia quando este, ao ter disparado um mosquete e abatido uma ave, causou grande espanto nos indígenas, tendo-se desse modo salvado da sua fúria canibalesca.
Com efeito, por volta de 1510, o vianense Diogo Álvares Correia seguia para a Índia numa nau que rumava ao novo mundo com o objectivo de explorar o negócio da madeira e sobretudo do pau-brasil quando ocorreu o naufrágio junto à costa da Baía de Todos-os-Santos.
O nome Caramuru pelo qual os índios tupinambás passaram a tratá-lo significa “homem de fogo” ou “filho do trovão” sendo também o nome pelo qual identificam um peixe existente nas águas onde encontraram Diogo Álvares. O certo é que, para além de ter escapado ao voraz apetite antropofágico dos indígenas, alcançou entre eles grande prestígio que se revelou da maior utilidade na relação com as expedições portuguesas e sobretudo os missionários jesuítas que ali aportavam.
Em 1781, Frei José de Santa Rita Durão no poema que compõe e através do qual evoca o descobrimento do Brasil e os feitos dos primeiros povoadores – “Caramuru – Poema Épico do Descobrimento da Baía” – o seu autor dedica-lhe entre outras a seguinte estrofe:
De um varão em mil casos agitado,
que as praias discorrendo do Ocidente,
descobriu o Recôncavo afamado
da capital brasílica potente:
do Filho do Trovão denominado,
que o peito domar soube à fera gente;
o valor cantarei na adversa sorte,
pois só conheço herói quem nela é forte.